Madame Eva Nº5

O quinto número de Madame Eva veio à luz ainda no mês de setembro de doismilidezessete, sempre em Salvador, no Rio de Janeiro e em Brasília. À capa, pela primeira vez, uma reprodução: a famosa gravura “O Moscofóro”, de Felipopolus Kladí, como sugerida pela artista plástica, e amiga de Madame, Kali Dimiourgiménos, que idealizou as colunas desenhadas à mão, sempre nas três cores amarelo, azul e vermelho, ao lado da figura da estátua.

Com onze textos inéditos, este foi, até então, o número da revista que contou com o maior número de autores colaboradores. Já a parte gráfica desta Madame recebeu um número menor de artistas colaboradores, pois um arquiteto, o já conhecido Gabriel Avellar, contribuiu com três exímios desenhos.

Aliás, o Sr. Avellar retomou uma parceria com Juliana D’Ávila Maldonado em mais uma “Garrafa” de Azumbarroso, o náufrago da Praia de Silecusta, que de tempos em tempos lança ao mar uma mensagem para nós, leitores de Eva. Outra vez o artista e a autora costuraram palavras e traços para o surrealismo visual e lírico das imagens concretas do texto Azumbarroso na Praia de Silecusta – Garrafa 4.

Em Microficções 2, Alexandre Valadares trata do tema da flor que floresce, mas onde? Na tumba de uma xícara de café? No fundo de sua experiência existencialista? Botânica? Cafeeira? O experiente contista traz uma espantosa reflexão quaresmal em que se constrói paulatinamente uma relação com o vir-a-ser de seu conto. Não tão paulatina é a ilustração de Ruthinha Losfeld, que admite ter roubado as formas geométricas de outros artistas, mas se defende dizendo “não é roubo, é tautologia!”. Pode ser…

A já celebrada escritora e poetisa, Bruna Viana, volta às páginas de Eva com um texto que continua a temática iniciada em Sempre aos Domingos (página 21, Eva Nº3). Agora com Continuanças, Viana retoma a prosa de sua evolução crônica, ou cronológica, em que constantemente se distancia de seu passado ao se aproximar dele.

Com menos poemas do que os números anteriores, este quinto número de Eva traz o trabalho inédito de João Martori Diniz. Um personagem a parte que entrou em contato com os editores desde Braga, em Portugal, onde estuda letras na Universidade de lá. Martori Diniz confessou ter conhecido a Madame Eva por intermédio de seu amigo, o poeta Gustavo Duarte, (As Pálpebras do Desejo, Eva Nº4, página 9). Seu poema, Descaso com o Método pode ser entendido como um não-poema-poema, segundo classificação do Imortal Sérgio Barros, titular da cadeira 43 da Academia.

O surrealismo de A Briga dos Lábios, de Augusta Rubim, é talvez o texto mais carregado de significado – e significância! – do quinto número. Um conto envolvente, em que a autora narra um desentendimento imaginário de dois lábios da mesma face.

Para não deixar de falar no texto mais extenso da revista, Os Pincéis de Arthur Zuccari, apenas uma palavra: (não) leiam.

Clique abaixo e confira na íntegra o conteúdo do quinto número de Madame Eva, Revista de Tautologias.

Madame Eva Mme Eva quinto numero